“A Difícil Tarefa de
Educar” título de um livro em pedagogia ultrapassa seu próprio significado e nos
faz companhia cotidianamente. Seja em casa, na escola ou até mesmo no
consultório de psicologia esse apelo ao que o outro deve vir a ser, é, de fato,
desafio e oportunidade.
Desafio porque em cada
momento uma nova situação da própria vida se impõe, ou um novo conhecimento se
adquire, ou uma superação se estabelece, exigindo do homem um novo
posicionamento ou uma nova resposta. Essa imperiosa resposta à vida, tecida no
cotidiano, surge sem nos dar tempo para pesquisar ou consultar qual seria a
melhor ou a mais adequada, mas muitas vezes, a única resposta, a possível.
Seres imperfeitos, sem programação da espécie para formação do caráter, cada um
de nós vai buscando um caminho para educar quem amamos.
Adquirir Informação na
escola, educação em família, educação diante da vida e amadurecer, são ritmos
peculiares à pessoa humana. Muito diferente de condicionamentos ou destrezas,
para cada conhecimento ou para cada habilidade adquirida, um valor, implícito e
invisível, pulsa acompanhando o que foi adquirido. Alguém pode tentar ganhar o
mundo do conhecimento ou da ciência e ainda assim, perder-se na educação ou na
formação de si mesmo como pessoa humana. Um para
quê surge, e nossa consciência não consegue ficar indiferente ou morna.
Esse pulso da educação
significa a aquisição de um “novo” e diante de um “novo” a emergência de uma
resposta diante de mim mesmo e diante do outro. Um processo de identidade vai
se configurando, ou seja, vai dando forma a um ser, o ser professora, o ser pai
e mãe, o ser pessoa. Por isso é tão angustiante educar, é rua de mão única,
“vai e volta”, ao mesmo tempo, que se educa a um filho ou a um aluno, há o
pressuposto de uma autoeducação ou um desvelar de si mesmo, e claro todos queremos
acertar, ou pelo menos deveríamos querer!!!
Também oportunidade na medida em que vivendo e
respondendo à vida, o ser humano tem chance de descobrir um sentido mais
profundo para sua existência, uma tarefa
a ser realizada, um plano, que intui para si mesmo e que deve ser
cumprido, uma única, singular e original resposta diante de um Tu.
“Mortalha não tem
bolso” diz um ditado africano significando que daqui, desse mundo, nada podemos
levar materialmente, mas imaginem se pudéssemos nos despedir com os bolsos
cheios de tarefas difíceis, desafiadoras, mas bem cumpridas!
É por isso que os
convido a participar do II Congresso Internacional de Logoterapia Aplicada À
Educação: “Educar para a Responsabilidade” para pensarmos e repensarmos sobre
educação e nossa prática cotidiana .
Roseana Barone Marx
Presidente do II Congresso de
Logoterapia aplicada à Educação